O primeiro debate entre os candidatos a presidência transmitido pela rede Bandeirantes na última quinta-feira (05/08/2010) mostrou-se uma grande decepção. Primeiramente, não contou com a participação de candidatos de partidos considerados menores, como é o caso da candidatura de esquerda José Maria pelo PSTU. A honrosa exceção foi a participação de Plínio de Arruda Sampaio, pelo PSOL, e, por sorte a nossa, uma candidatura de esquerda.
Os demais candidatos - Serra, Dilma e Marina - sugeriam uma conversa de comadres. Pouca ou nenhuma discordância, críticas rasas e superficiais, nenhuma profundidade nas propostas. Algumas questões importantes como reforma urbana e agrária e erradicação da desigualdade social, por exemplo, não foram seriamente respondidas. O candidato do PSOL esboçou uma pergunta sobre o assunto aos demais candidatos. Nenhum deles, porém, foi honesto o suficiente para responder em palavras claras que suas propostas não priorizam as necessidades do povo. O ponto chave para as demais candidaturas é defender a economia, ora aliando a esta a questão do meio ambiente (caso da Marina Silva), ora conciliando com a Saúde (caso do candidato Serra), ora conciliando com o Emprego (caso da candidata Dilma).
Obviamente, coloco o problema do enfoque na economia como algo grave pois nenhum discurso dos três candidatos apontou para mudanças na organização do trabalho e na produção de mercadorias. Nenhum deles questionou o sistema capitalista que gera altos lucros para poucos e que mantém a maior parte da população em condições precárias. O capitalismo é a religião e o único compromisso político assumido dos candidatos do PV, PT e PSDB.
O único voto de esperança apontado pelo debate na Bandeirantes foi a candidatura de Plínio Arruda Sampaio, mas não nos esqueçamos da candidatura de José Maria pelo PSTU - que também apresenta outro ponto de vista, anticapitalista, de esquerda e em prol dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
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