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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Manifesto em Defesa da Educação Pública

Pessoal, as eleições passaram mas a luta pela educação pública, gratuita, laica e para todos segue diariamente. Abaixo segue o Manifesto dos Professores Universitários - mas, por uma questão de espaço, excluí uma boa parte das assinaturas. Quem quiser conferir o restante dos docentes que assinam o manifesto, é só conferir no site abaixo mencionado.

Manifesto em Defesa da Educação Pública

                                 Extraído de: http://emdefesadaeducacao.wordpress.com/2010/10/15/manifesto-de-professos-universitario-em-defesa-da-educacao-publica/


Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.

Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.

Esse "choque de gestão" é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da Rede Pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.

Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de "tró-ló-ló" de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.

Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.

No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de "engavetador geral da república". Em São Paulo , nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.

Fábio Konder Comparato, USP


Carlos Nelson Coutinho, UFRJ
Marilena Chaui, USP
Otávio Velho, UFRJ
Ruy Fausto, USP
João José Reis, UFBA
Joel Birman, UFRJ
Dermeval Saviani, Unicamp
Emilia Viotti da Costa, USP
Renato Ortiz, Unicamp
João Adolfo Hansen, USP
Flora Sussekind, Unirio
Maria Victoria de Mesquita Benevides, USP
Laymert Garcia dos Santos, Unicamp
Franklin Leopoldo e Silva, USP
Ronaldo Vainfas, UFF
Otavio Soares Dulci, UFMG
Theotonio dos Santos, UFF
Wander Melo Miranda, UFMG
Glauco Arbix, USP
Enio Candotti, UFRJ
Luis Fernandes, UFRJ
Ildeu de Castro Moreira, UFRJ
José Castilho de Marques Neto, Unesp
Laura Tavares, UFRJ
Heloisa Fernandes, USP
José Arbex Jr., PUC-SP
Emir Sader, UERJ
Leda Paulani, USP
Luiz Renato Martins, USP
Henrique Carneiro, USP
Antonio Carlos Mazzeo, Unesp
Caio Navarro de Toledo, Unicamp
Celso Frederico, USP
Armando Boito, Unicamp
João Quartim de Moraes, Unicamp
Flavio Aguiar, USP
Wolfgang LeoMaar, UFSCar
Scarlett Marton, USP
Sidney Chalhoub, Unicamp
Léon Kossovitch, USP
Angela Leite Lopes, UFRJ
Benjamin Abdalla Jr., USP
Marcelo Perine, PUC-SP
José Ricardo Ramalho, UFRJ
Celso F. Favaretto, USP
Ivana Bentes, UFRJ
Irene Cardoso, USP
Vladimir Safatle, USP
Peter Pal Pelbart, PUC- SP
Gilberto Bercovici, USP
Consuelo Lins, UFRJ
Afrânio Catani, USP
Liliana Segnini, Unicamp
José Sérgio F. de Carvalho, USP
Eliana Regina de Freitas Dutra, UFMG
Sergio Cardoso, USP
Maria Lygia Quartim de Moraes, Unicamp
Vera da Silva Telles, USP
Juarez Guimarães, UFMG
Ricardo Musse, USP
Sebastião Velasco e Cruz, Unicamp
Maria Ligia Coelho Prado,USP
Federico Neiburg, UFRJ
José Carlos Bruni, USP
Ligia Chiappini, Universidade Livre de Berlim
Sérgio de Carvalho, USP
Marcos Dantas, UFRJ
Luiz Roncari, USP
Giuseppe Cocco, UFRJ
Eleutério Prado, USP
Walquíria Domingues Leão Rego, Unicamp
Marcos Silva, USP
Luís Augusto Fischer, UFRS
Edilson Crema, USP
Rosa Maria Dias, Uerj
José Jeremias de Oliveira Filho, USP
Evando Nascimento, UFJF
Adélia Bezerra de Meneses, Unicamp
Iumna Simon, USP
Elisa Kossovitch, Unicamp
Cilaine Alves Cunha, USP
Ladislau Dowbor, PUC-SP
Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos, USP
Lucilia de Almeida Neves, UnB
Bernardo Ricupero, USP
Gil Vicente Reis de Figueiredo, UFSCar
Lincoln Secco, USP
Jacyntho Lins Brandão, UFMG
Marcio Suzuki, USP
José Camilo Pena, PUC-RJ
Joaquim Alves de Aguiar, USP
Eugenio Maria de França Ramos, Unesp
Alessandro Octaviani, USP
Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, PUC-SP
Mauro Zilbovicius, USP
Rodrigo Duarte, UFMG
Jorge Luiz Souto Maior, USP
Francisco Foot Hardman, Unicamp
Paulo Nakatani, UFES
Helder Garmes, USP
Marly de A. G. Vianna, UFSCar
Maria Lúcia Montes, USP
Adriano Codato, UFPR
Ana Fani Alessandri Carlos, USP
Denilson Lopes, UFRJ
Ricardo Nascimento Fabbrini, USP
Paulo Silveira, USP
Ernani Chaves, UFPA
Mario Sergio Salerno, USP
Evelina Dagnino, Unicamp
Zenir Campos Reis, USP
Marcos Siscar, Unicamp
Sean Purdy, USP
Liv Sovik, UFRJ
Christian Ingo Lenz Dunker, USP
João Roberto Martins Filho, UFSCar
Marcus Orione, USP
Carlos Ranulfo, UFMG
Gustavo Venturi, USP
Nelson Cardoso Amaral, UFG
Amaury Cesar Moraes, USP
Silvia de Assis Saes, UFBA
Flavio Campos, USP
Anselmo Pessoa Neto, UFG
Vinicius Berlendis de Figueiredo, UFPR
Marta Maria Chagas de Carvalho, USP
Francisco Rüdiger, UFRS
Maria Augusta da Costa Vieira, USP
Rubem Murilo Leão Rego, Unicamp
Nelson Schapochnik, USP
Maria Helena P. T. Machado, USP
Elyeser Szturm, UnB
Luiz Recaman, USP
Reginaldo Moraes, Unicamp
Iram Jácome Rodrigues, USP
Alysson Mascaro, USP
Roberto Grun, UFSCar
Paulo Benevides Soares, USP
Edson de Sousa, UFRGS
Analice Palombini, UFRS
Márcia Cavalcante Schuback, UFRJ
Luciano Elia, Uerj
Marcia Tosta Dias, Unifesp
Paulo Martins, USP
Julio Ambrozio, UFJF
Salete de Almeida Cara, USP
Oto Araujo Vale, UFSCar
Iris Kantor, USP
João Emanuel, UFRN
Francisco Alambert, USP
José Geraldo Silveira Bueno, PUC-SP
Marta Kawano, USP
José Luiz Vieira, UFF
Paulo Faria, UFRGS
Ricardo Basbaum, Uerj
Fernando Lourenço, Unicamp
Luiz Carlos Soares, UFF
André Carone, Unifesp
Adriano Scatolin, USP
Richard Simanke, UFSCar
Arlenice Almeida, Unifesp
Miriam Avila, UFMG
Sérgio Salomão Shecaira, USP
Carlos Eduardo Martins, UFRJ
Antonio Albino Canelas Rubim, UFBA.
Eduardo Morettin, USP
Claudio Oliveira, UFF
Eduardo Brandão, USP
Jesus Ranieri, Unicamp
Mayra Laudanna, USP
Aldo Duran, UFU
Luiz Hebeche, UFSC
Adma Muhana, USP
Fábio Durão, Unicamp
Amarilio Ferreira Jr., UFSCar
Marlise Matos, UFMG
Jaime Ginzburg, USP
Emiliano José, UFBA
Ianni Regia Scarcelli, USP
Ivo da Silva Júnior, Unifesp
Mauricio Santana Dias, USP
Adalberto Muller, UFF
Cláudio Oliveira, UFF
Ana Paula Pacheco, USP
Sérgio Alcides, UFMG
Heloisa Buarque de Almeida, USP
Romualdo Pessoa Campos Filho, UFG
Suzana Guerra Albornoz, UNISC/RS
Bento Itamar Borges, UFU
Tânia Pellegrini, UFSCar
Sonia Campaner, PUC-SP
Luiz Damon, UFPR
Eduardo Passos, UFF
Horácio Antunes, UFMA
Laurindo Dias Minhoto, USP
Paulo Henrique Martinez, Unesp
Igor Fuser, Faculdade Cásper Líbero
Rodnei Nascimento, Unifesp
José Paulo Guedes Pinto, UFRRJ
Herculano Campos, UFRN
Adriano de Freixo, UFF
Alexandre Fonseca, UFRJ
Raul Vinhas Ribeiro, Unicamp
Carmem Lúcia Negreiros de Figueiredo, Uerj
Carmen Gabriel, UFRJ
Ana Gonçalves Magalhães, USP
Regina Mennin, Unifesp
Regina Pedroza, UnB
Regina Vinhaes Gracindo, UnB
Elina Pessanha, UFRJ
Elisa Maria Vieira, UFMG
Reinaldo Martiniano, UFMG
Freda Indursky, UFRGS
Frederico Carvalho, UFRJ
Renata Paparelli, PUC-SP
Renato Lima Barbosa, UEL
Antonio Prado, Unicamp
Antonio Teixeira, UFMG
Aparecida Neri de Souza, Unicamp
Ricardo Barbosa de Lima, UFG
Ricardo Kosovski, UNIRIO
Ricardo Mayer, UFAL
Rita Diogo, UERJ
Adalberto Paranhos, UFU
Adalton Franciozo Diniz, PUC-SP
Alcides Fernando Gussi, UFC
Aldo Victorino, UERJ
José Guilherme Ramos, Unincor
Alex Fabiano Jardim, Unimontes
Alexandra Epoglou, UFU
Alexandre Henz, Unifesp
Alfredo Cordiviola, UFPE
Alícia Gonçalves, UFPB
Alita Sá Rego, UERJ
Alvaro Luis Nogueira, CEFET/RJ
Amaury Júnior, UFRJ
Amilcar Pereira, UFRJ
Amon Pinho, UFU
Ana Maira Coutinho, PUC-Minas
Ana Maria Araújo Freire, PUC/SP
Ana Maria Chiarini, UFMG
Ana Maria Doimo, UFMG
Ana Maria Medeiros, UERJ
André Daibert, CEFET/RJ
André Figueiredo, UFRRJ
André Leclerc, UFC
André Martins, UFRJ
André Paulo Castanha, Unioeste
Andrea Franco, PUC-Rio
Andrea Macedo, UFMG
Andrea Silva Ponte, UFPB
Angela Prysthon, UFPE
Angelita Matos Souza, Facamp
Angelita Pereira de Lima, UFG
Aníbal Bragança, UFF
Anita Leandro, UFRJ
Anna Carolina Lo Bianco, UFRJ
Antonio Carlos Lima, UFRJ
Antônio Cristian Saraiva Paiva, UFC
Antonio Justino Ruas Madureira, UFU
Antonio Pinheiro de Queiroz, UnB
Armen Mamigonian, USP
Benito Bisso Schmidt, UFRGS
Benjamin Picado, UFF
Branca Jurema Ponce, PUC/SP
Brasilmar Nunes, UFF
Bruna Dantas, Univ. Cruzeiro do Sul
Bruno Guimarães, UFOP
Carla Dias, UFRJ
Carlos Bauer, Uninove
Carlos José Espíndola, UFSC
Carolina Martins Pulici, Centro Universitário Senac
Cauê Alves, PUC-SP

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Arte e política III

Banksy (artista britânico)

Arte e política II

Guernica - Pablo Picasso

Arte e política I

A liberdade guiando o povo - por Eugène Delacroix



segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Se os políticos grandes não prestam, que tal votar NO NANICO?

Este lúcido comentário eu retirei do site do midia independente (http://www.midiaindependente.org/pt/red/2010/06/473478.shtml). Agradeço ao autor por essa contribuição. Segue o texto abaixo.

Se os políticos grandes não prestam, que tal votar NO NANICO
Raymundo N. A. Filho 18/06/2010 00:07


Porque vocês não votam nos nanicos, como Plínio de Arruda Sampaio do PSOL? Ou José Maria do PSTU?

Já pensaram em fazer isso? Ou você é outro que acha que eleição é corrida de cavalos, "eu gosto do Zé Maria do PSTU mas como ele não tem chances de levar o páreo, vou votar na Dilma que é uma égua mais veloz". Garanto que é exatamente isso o que passa pelas cabecinhas de todos os que se queixam de falta de opções nas eleições presidenciais.

Vocês reclamam, reclamam e reclamam dos políticos dos grandes partidos, mas estão SEMPRE votando neles. Hoje você vem aqui falar que são todos farinha do mesmo saco e em outubro está bancando a perfeita marionete do IBOPE, do VOX-POPULI e da DATA-FOLHA quando teclar o 45 ou o 13 na urna eletrônica.

Desdes meus dedinhos aqui não vão sair votos para partidões como PT ou PSDB no primeiro turno não, não senhor... Meu voto é para OS NANICOS porque não quero ser conivente com campanhas eleitorais caríssimas e um bando de políticos que são todos a mesma laia.

Eu voto no nanico do PSOL ou no nanico do PSTU no primeiro turno, e no segundo turno eu decido se voto na ruim, no pior, ou se anulo a porcaria.

Eleições 2010 - 1º debate

O primeiro debate entre os candidatos a presidência transmitido pela rede Bandeirantes na última quinta-feira (05/08/2010) mostrou-se uma grande decepção. Primeiramente, não contou com a participação de candidatos de partidos considerados menores, como é o caso da candidatura de esquerda José Maria pelo PSTU. A honrosa exceção foi a participação de Plínio de Arruda Sampaio, pelo PSOL, e, por sorte a nossa, uma candidatura de esquerda.
Os demais candidatos - Serra, Dilma e Marina - sugeriam uma conversa de comadres. Pouca ou nenhuma discordância, críticas rasas e superficiais, nenhuma profundidade nas propostas. Algumas questões importantes como reforma urbana e agrária e erradicação da desigualdade social, por exemplo, não foram seriamente respondidas. O candidato do PSOL esboçou uma pergunta sobre o assunto aos demais candidatos. Nenhum deles, porém, foi honesto o suficiente para responder em palavras claras que suas propostas não priorizam as necessidades do povo. O ponto chave para as demais candidaturas é defender a economia, ora aliando a esta a questão do meio ambiente (caso da Marina Silva), ora conciliando com a Saúde (caso do candidato Serra), ora conciliando com o Emprego (caso da candidata Dilma).
Obviamente, coloco o problema do enfoque na economia como algo grave pois nenhum discurso dos três candidatos apontou para mudanças na organização do trabalho e na produção de mercadorias. Nenhum deles questionou o sistema capitalista que gera altos lucros para poucos e que mantém a maior parte da população em condições precárias. O capitalismo é a religião e o único compromisso político assumido dos candidatos do PV, PT e PSDB.

O único voto de esperança apontado pelo debate na Bandeirantes foi a candidatura de Plínio Arruda Sampaio, mas não nos esqueçamos da candidatura de José Maria pelo PSTU - que também apresenta outro ponto de vista, anticapitalista, de esquerda e em prol dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Escolas de SP são orientadas a se calar sobre greve

Confesso que não sou fã de nenhum dos grandes jornais do país; geralmente adotam uma postura absurdamente antidemocrática e suas notícias ficam centradas apenas nos interesses de seus comparsas. No entanto, a notícia a seguir, ajuda-nos a compreender o nível de autoritarismo adotado pela Secretaria de Educação de nosso Estado.

Escolas de SP são orientadas a se calar sobre greve


AE - Agencia Estado
Pelo menos 77 escolas estaduais da zona leste de São Paulo foram orientadas a não dar informações para a imprensa sobre a greve dos professores. A iniciativa partiu da Diretoria de Ensino da Região Leste 3, em comunicado enviado por e-mail aos diretores das escolas no início do mês. A região leste 3 compreende os distritos de Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Lajeado e São Rafael.



No texto, a diretoria afirma que, por causa da paralisação, que teve início no dia 8, "a imprensa está entrando em contato diretamente com as escolas solicitando dados e entrevista." E pede: "solicitamos ao diretor de escola para não atender a esta solicitação." O comunicado ainda orienta como proceder em relação ao envio de informações sobre a greve para o governo, detalhando dias e turnos em que os professores estiveram ausentes.


Em nota divulgada ontem, o governo afirmou que a orientação da diretoria regional "é para que os pedidos de jornalistas às escolas sejam encaminhados à assessoria de imprensa da Secretaria da Educação". O texto ainda afirma que o setor deve fornecer informações e entrevistas solicitadas por jornalistas, já que "o trabalho da assessoria de imprensa é uma praxe em instituições públicas e privadas". Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), a medida "fere a liberdade de expressão". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,escolas-de-sp-sao-orientadas-a-se-calar-sobre-greve,528520,0.htm

sexta-feira, 19 de março de 2010

Por falar em professores...

Cá estava eu fuçando pela net atrás de imagens para os meus queridos aluninhos, quando, de repente, "descubro" uma singela pintura representando a figura docente... O achado está disponível no site do Museu Norman Rockwell. O site: http://www.nrm.org/

Lá estão disponíveis muitas das pinturas do artista bem como algumas das fotos que ele se utilizou para elaborar suas obras mais famosas... Vale a pena conferir.

Para os não grevistas

"Apenas 1% dos professores estão paralisados", diz Secretaria de Educação

Após quase duas semanas de greve dos professores do Ensino Básico do Estado de São Paulo, por melhorias nas condições de trabalho, a Secretaria de Educação continua afirmando que apenas 1% dos docentes estão paralisados.

Apesar dessas declarações da SE e das notícias falsas que as grandes mídias têm veiculado, no dia 12/03/2010 o professorado mostrou sua força ocupando a avenida Paulista e depois a Rua da Consolação. Sinceramente, duvido muito que estivessem presentes naquele ato menos de 40000 pessoas... O que dá um número bem maior do que 1% (ao todo são cerca de 220000 professores em todo o Estado).

Para a manifestação de hoje, 19/03/2010, o objetivo da mobilização dos educadores é colocar o dobro do número de pessoas da semana anterior na avenida Paulista.

Para quem tiver que sair de casa e não puder/quiser participar da passeata, sugiro que evite passar por aquelas redondezas...

E o governo diz que a greve "não pegou"...

Sobre a greve dos profissionais de educação das escolas estaduais de SP

Muitos já devem ter ouvido falar alguma coisa sobre a greve dos profissionais de educação da rede estadual de ensino básico de São Paulo. Provavelmente as informações que vocês devem ter recebido foram dadas por alguma dessas corporações midiáticas tais como Globo, Record, Folha, Estadão e afins.
O discurso predominante de tais mídias é de que os docentes reivindicam APENAS "aumento" salarial e que são contra as avaliações propostas pelo governo - o qual, por sua vez, alega que quaisquer reajustes comprometeriam as finanças do Estado e, ademais, não haveria justificativa para uma greve pois o governo já elaborou uma política salarial. Ah, sim, e tem mais: o governo alega que a greve é "política" e que só "1% do professorado está em greve".

Diante de tantas mentiras, deturpações e omissões de dados, gostaria de expor alguns pontos cruciais da mobilização do professorado:

1. Estamos em greve, primeiramente, porque não há outra ferramenta que possibilite DIÁLOGO/NEGOCIAÇÃO com o governo sobre as nossas condições de trabalho;

2. Sim, reivindicamos REAJUSTE SALARIAL. Como todo trabalhador/a sabe, o salário perde o seu poder de compra a cada ano devido à inflação. Então, se não há um reajuste adequado para repor essa perda, o salário vai diminuindo, diminuindo, diminuindo.... (lembremos o caso dos trabalhadores aposentados).

3. A maioria do professorado não é contra avaliação exatamente, mas é contra ESTE modelo de avaliação que há tempos tem sido aplicado em nosso Estado. Modelo este que apenas mede, classifica, estabelece ranking, premia, pune e que não fornece dados para fundamentar ações e práticas que transformem a realidade educacional para melhor. O SARESP, que é o Sistema de Avaliação da Educação do Estado de São Paulo, existe desde 1996 e, a despeito dos gastos com sua elaboração, com o marketing e funcionários para aplicá-lo, resultou em um número ínfimo de ações de impacto na rede estadual de ensino. Se algum de vocês quiser, posso apresentar alguns pontos interessantes sobre o saresp baseados na minha experiência pessoal como aluno (1996, 1997 e 1998) e como professor (2008,2009) - mas fica para outra postagem.

4. Lutamos por respeito e dignidade para os profissionais de educação.
O governo e os meios de comunicação (em geral) acusam o professorado de negligência, incompetência e corporativismo. O governo estadual divulga propagandas mentirosas nas rádios e TVs, dizendo que a educação melhorou: alguns professores ganharam bônus, outros poderão ganhar reajuste salarial se provarem que são competentes, as escolas receberam computadores, as crianças ganharam material didático de qualidade, há dois professores em sala de aula, as escolas agora dispõe de merenda de qualidade e por aí vai... Com exceção da merenda, que teve uma leve melhora, o restante é DETURPAÇÃO da realidade.
As salas de informáticas foram instaladas em algumas escolas e, dentre estas, há pouquíssimos computadores (média de 3 crianças para cada equipamento na minha escola, por exemplo) e acesso à internet lento ao extremo. Também não foram contratados os técnicos (ou monitores) para as salas de informática como foi divulgado pelo governo nesses últimos anos.
Sobre o bônus: os critérios para recebê-lo são duvidosos, as unidades escolares não tem exatamente as mesmas condições de infra-estrutura nem corpo docente fixo (graças ao governo do Estado, com os seus concursos "tão frequentes", cerca de 48% dos professores da rede de ensino são temporários). Logo, mesmo que todos nós concordássemos com a idéia de competição no ensino público, constataríamos o óbvio: nem todos os “competidores” estão em condições de igualdade na “largada”. Se pudéssemos comparar essa canalhice de competição na educação pública a uma corrida, algumas escolas e docentes teriam uma ferrari à disposição enquanto outras nem mesmo um fusquinha ano 71. Dá para imaginar infinitas analogias quanto a este assunto...
Sobre o programa "avaliação pelo mérito": até 20% dos professores que atingirem a nota mínima na prova poderão ter reajuste salarial de 25% sobre o salário atual, a depender das "disponibilidades orçamentárias". E os demais 80% (ou 99,999%) e aposentados? Que se lasquem?
As políticas do governo seguem um claro pressuposto de que a maior parte da categoria é burra, mal formada, preguiçosa e que o estímulo à competição recompensará os (poucos, na opinião deles) bons professores atuais e atrairá outros melhores profissionais (que atualmente não estão na rede) para a carreira do magistério.
Evidentemente, há profissionais não tão bem formados na área de educação - o que é resultado de uma combinação entre falta de programas de formação em serviço e também da expansão descarada e desavergonhada de faculdades particulares sem critérios de qualidade, que, diga-se de passagem, foi obra da gestão FHC/Paulo Renato (este último foi ministro da educação na época do FHC e desde o ano passado é secretário de educação de SP). No entanto, a formação pouco sólida de alguns docentes, não é fato diverso do que ocorre com outros profissionais com formação em nível superior: médicos, enfermeiros, economistas,etc. Sendo assim, porque apenas os docentes necessitam fazer prova para "concorrer" a um POSSÍVEL reajuste salarial?
Outro ponto importante de se frisar é de que o trabalho docente, sendo essencialmente ligado ao campo da pesquisa e do trabalho intelectual, necessita de preparação e estudo constante. O trabalho de um professor não se restringe à chamada "hora-aula". A aula não é algo que brota de forma mágica durante aqueles 50 minutinhos que o governo nos remunera... Para os desavisados, a aula - qualquer que seja a matéria - prescinde de preparação, planejamento, pesquisa, suor... E quem já teve a experiência da sala de aula está de prova: não é fácil; dá um baita trabalho. E, depois que se coloca o planejamento da aula em prática, frente à realidade escolar propriamente dita, é fundamental que se avalie o que deu e o que não deu certo e o que dá para fazer para melhorar (esta é a avaliação necessária à prática docente). Pois bem, deixo bem claro: nós, professores, NÃO somos remunerados para prepararmos nossas aulas. Não é estranho que um governo que se diz a favor de uma educação de qualidade coloque-se contra a "Lei Nacional do Piso Salarial para Professor" que prevê um terço da jornada de trabalho exclusivamente para a preparação/avaliação das aulas?

5. "A greve é política" - diz o governo para sugerir que a mobilização do professorado é eleitoreira.
Mal sabem estes desinformados (ou assumidamente manipuladores mesmo) que a palavra política não é sinônimo de "eleitoreiro" ou de "partidário". No mínimo deveriam ler o poema do Berthold Brecht intitulado "O analfabeto político" bem como a Constituição Federal quando aborda os direitos coletivos e os princípios fundamentais.
Como entendemos que a política é a área da sociedade que diz respeito ao bem comum, à coletividade e suas formas de organização, temos PLENA consciência de que nossa mobilização é, sim, POLÍTICA e com muito orgulho, pois temos o interesse de modificar de forma coletiva (e para a coletividade) a maneira como a educação é tratada neste país.
Isto tudo não quer dizer que não haja grupos dentro do sindicato com interesses eleitoreiros. Seria tolice ou má fé da minha parte se não tocasse neste assunto. Há um grupo majoritário da direção da Apeoesp ligado ao PT e, para a minha vergonha, por interesses partidários, se omitem em relação a aspectos importantes da política educacional aplicada pelo governo federal. Este assunto pode render um longo (e importante) debate mas este é só um "pequeno" comentário... por enquanto.

6. "Apenas 1% dos professores estão em greve".

O governo papagaia isso para todos os lados e os seus capachos das grandes empresas de comunicação repetem logo em seguida, ainda acrescentando opiniões de seus "especialistas" (que, em sua grande maioria, estudaram apenas em escolas particulares) estabelecendo dogmas e veredictos.
Coloquei, aqui no blog, uma das fotos da manifestação que fizemos na última sexta-feira (12/03/2010) da avenida Paulista, passando pela Rua da Consolação até a Praça da República. Quem não teve paciência de ler o que esxcrevi antes, pelo menos olhe a foto e tire as próprias conclusões. Tinha apenas 1% de 220.000 professores lá? Confiram.
Quem puder repassar para os colegas, conhecidos, amigos, etc... e, claro, são sempre bem vindas as respostas, críticas, opiniões contrárias e afins, pois enriquecem sempre qualquer debate (feito de almas, mentes e corações abertos).

Mais informações/imagens:
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2010/03/467155.shtml (centro de mídia independente)
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2010/03/467170.shtml (centro de mídia independente)
http://assprofessores.blogspot.com/ (alternativa sindical socialista)