
segunda-feira, 29 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
Escolas de SP são orientadas a se calar sobre greve
Confesso que não sou fã de nenhum dos grandes jornais do país; geralmente adotam uma postura absurdamente antidemocrática e suas notícias ficam centradas apenas nos interesses de seus comparsas. No entanto, a notícia a seguir, ajuda-nos a compreender o nível de autoritarismo adotado pela Secretaria de Educação de nosso Estado.
Escolas de SP são orientadas a se calar sobre greve
AE - Agencia Estado
Pelo menos 77 escolas estaduais da zona leste de São Paulo foram orientadas a não dar informações para a imprensa sobre a greve dos professores. A iniciativa partiu da Diretoria de Ensino da Região Leste 3, em comunicado enviado por e-mail aos diretores das escolas no início do mês. A região leste 3 compreende os distritos de Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Lajeado e São Rafael.
No texto, a diretoria afirma que, por causa da paralisação, que teve início no dia 8, "a imprensa está entrando em contato diretamente com as escolas solicitando dados e entrevista." E pede: "solicitamos ao diretor de escola para não atender a esta solicitação." O comunicado ainda orienta como proceder em relação ao envio de informações sobre a greve para o governo, detalhando dias e turnos em que os professores estiveram ausentes.
Em nota divulgada ontem, o governo afirmou que a orientação da diretoria regional "é para que os pedidos de jornalistas às escolas sejam encaminhados à assessoria de imprensa da Secretaria da Educação". O texto ainda afirma que o setor deve fornecer informações e entrevistas solicitadas por jornalistas, já que "o trabalho da assessoria de imprensa é uma praxe em instituições públicas e privadas". Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), a medida "fere a liberdade de expressão". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,escolas-de-sp-sao-orientadas-a-se-calar-sobre-greve,528520,0.htm
Escolas de SP são orientadas a se calar sobre greve
AE - Agencia Estado
Pelo menos 77 escolas estaduais da zona leste de São Paulo foram orientadas a não dar informações para a imprensa sobre a greve dos professores. A iniciativa partiu da Diretoria de Ensino da Região Leste 3, em comunicado enviado por e-mail aos diretores das escolas no início do mês. A região leste 3 compreende os distritos de Cidade Tiradentes, Guaianases, Iguatemi, José Bonifácio, Lajeado e São Rafael.
No texto, a diretoria afirma que, por causa da paralisação, que teve início no dia 8, "a imprensa está entrando em contato diretamente com as escolas solicitando dados e entrevista." E pede: "solicitamos ao diretor de escola para não atender a esta solicitação." O comunicado ainda orienta como proceder em relação ao envio de informações sobre a greve para o governo, detalhando dias e turnos em que os professores estiveram ausentes.
Em nota divulgada ontem, o governo afirmou que a orientação da diretoria regional "é para que os pedidos de jornalistas às escolas sejam encaminhados à assessoria de imprensa da Secretaria da Educação". O texto ainda afirma que o setor deve fornecer informações e entrevistas solicitadas por jornalistas, já que "o trabalho da assessoria de imprensa é uma praxe em instituições públicas e privadas". Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), a medida "fere a liberdade de expressão". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
fonte:
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,escolas-de-sp-sao-orientadas-a-se-calar-sobre-greve,528520,0.htm
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sexta-feira, 19 de março de 2010
Por falar em professores...
Cá estava eu fuçando pela net atrás de imagens para os meus queridos aluninhos, quando, de repente, "descubro" uma singela pintura representando a figura docente... O achado está disponível no site do Museu Norman Rockwell. O site: http://www.nrm.org/
Lá estão disponíveis muitas das pinturas do artista bem como algumas das fotos que ele se utilizou para elaborar suas obras mais famosas... Vale a pena conferir.
Lá estão disponíveis muitas das pinturas do artista bem como algumas das fotos que ele se utilizou para elaborar suas obras mais famosas... Vale a pena conferir.

"Apenas 1% dos professores estão paralisados", diz Secretaria de Educação

Apesar dessas declarações da SE e das notícias falsas que as grandes mídias têm veiculado, no dia 12/03/2010 o professorado mostrou sua força ocupando a avenida Paulista e depois a Rua da Consolação. Sinceramente, duvido muito que estivessem presentes naquele ato menos de 40000 pessoas... O que dá um número bem maior do que 1% (ao todo são cerca de 220000 professores em todo o Estado).
Para a manifestação de hoje, 19/03/2010, o objetivo da mobilização dos educadores é colocar o dobro do número de pessoas da semana anterior na avenida Paulista.
Para quem tiver que sair de casa e não puder/quiser participar da passeata, sugiro que evite passar por aquelas redondezas...
Sobre a greve dos profissionais de educação das escolas estaduais de SP
Muitos já devem ter ouvido falar alguma coisa sobre a greve dos profissionais de educação da rede estadual de ensino básico de São Paulo. Provavelmente as informações que vocês devem ter recebido foram dadas por alguma dessas corporações midiáticas tais como Globo, Record, Folha, Estadão e afins.
O discurso predominante de tais mídias é de que os docentes reivindicam APENAS "aumento" salarial e que são contra as avaliações propostas pelo governo - o qual, por sua vez, alega que quaisquer reajustes comprometeriam as finanças do Estado e, ademais, não haveria justificativa para uma greve pois o governo já elaborou uma política salarial. Ah, sim, e tem mais: o governo alega que a greve é "política" e que só "1% do professorado está em greve".
Diante de tantas mentiras, deturpações e omissões de dados, gostaria de expor alguns pontos cruciais da mobilização do professorado:
1. Estamos em greve, primeiramente, porque não há outra ferramenta que possibilite DIÁLOGO/NEGOCIAÇÃO com o governo sobre as nossas condições de trabalho;
2. Sim, reivindicamos REAJUSTE SALARIAL. Como todo trabalhador/a sabe, o salário perde o seu poder de compra a cada ano devido à inflação. Então, se não há um reajuste adequado para repor essa perda, o salário vai diminuindo, diminuindo, diminuindo.... (lembremos o caso dos trabalhadores aposentados).
3. A maioria do professorado não é contra avaliação exatamente, mas é contra ESTE modelo de avaliação que há tempos tem sido aplicado em nosso Estado. Modelo este que apenas mede, classifica, estabelece ranking, premia, pune e que não fornece dados para fundamentar ações e práticas que transformem a realidade educacional para melhor. O SARESP, que é o Sistema de Avaliação da Educação do Estado de São Paulo, existe desde 1996 e, a despeito dos gastos com sua elaboração, com o marketing e funcionários para aplicá-lo, resultou em um número ínfimo de ações de impacto na rede estadual de ensino. Se algum de vocês quiser, posso apresentar alguns pontos interessantes sobre o saresp baseados na minha experiência pessoal como aluno (1996, 1997 e 1998) e como professor (2008,2009) - mas fica para outra postagem.
4. Lutamos por respeito e dignidade para os profissionais de educação.
O governo e os meios de comunicação (em geral) acusam o professorado de negligência, incompetência e corporativismo. O governo estadual divulga propagandas mentirosas nas rádios e TVs, dizendo que a educação melhorou: alguns professores ganharam bônus, outros poderão ganhar reajuste salarial se provarem que são competentes, as escolas receberam computadores, as crianças ganharam material didático de qualidade, há dois professores em sala de aula, as escolas agora dispõe de merenda de qualidade e por aí vai... Com exceção da merenda, que teve uma leve melhora, o restante é DETURPAÇÃO da realidade.
As salas de informáticas foram instaladas em algumas escolas e, dentre estas, há pouquíssimos computadores (média de 3 crianças para cada equipamento na minha escola, por exemplo) e acesso à internet lento ao extremo. Também não foram contratados os técnicos (ou monitores) para as salas de informática como foi divulgado pelo governo nesses últimos anos.
Sobre o bônus: os critérios para recebê-lo são duvidosos, as unidades escolares não tem exatamente as mesmas condições de infra-estrutura nem corpo docente fixo (graças ao governo do Estado, com os seus concursos "tão frequentes", cerca de 48% dos professores da rede de ensino são temporários). Logo, mesmo que todos nós concordássemos com a idéia de competição no ensino público, constataríamos o óbvio: nem todos os “competidores” estão em condições de igualdade na “largada”. Se pudéssemos comparar essa canalhice de competição na educação pública a uma corrida, algumas escolas e docentes teriam uma ferrari à disposição enquanto outras nem mesmo um fusquinha ano 71. Dá para imaginar infinitas analogias quanto a este assunto...
Sobre o programa "avaliação pelo mérito": até 20% dos professores que atingirem a nota mínima na prova poderão ter reajuste salarial de 25% sobre o salário atual, a depender das "disponibilidades orçamentárias". E os demais 80% (ou 99,999%) e aposentados? Que se lasquem?
As políticas do governo seguem um claro pressuposto de que a maior parte da categoria é burra, mal formada, preguiçosa e que o estímulo à competição recompensará os (poucos, na opinião deles) bons professores atuais e atrairá outros melhores profissionais (que atualmente não estão na rede) para a carreira do magistério.
Evidentemente, há profissionais não tão bem formados na área de educação - o que é resultado de uma combinação entre falta de programas de formação em serviço e também da expansão descarada e desavergonhada de faculdades particulares sem critérios de qualidade, que, diga-se de passagem, foi obra da gestão FHC/Paulo Renato (este último foi ministro da educação na época do FHC e desde o ano passado é secretário de educação de SP). No entanto, a formação pouco sólida de alguns docentes, não é fato diverso do que ocorre com outros profissionais com formação em nível superior: médicos, enfermeiros, economistas,etc. Sendo assim, porque apenas os docentes necessitam fazer prova para "concorrer" a um POSSÍVEL reajuste salarial?
Outro ponto importante de se frisar é de que o trabalho docente, sendo essencialmente ligado ao campo da pesquisa e do trabalho intelectual, necessita de preparação e estudo constante. O trabalho de um professor não se restringe à chamada "hora-aula". A aula não é algo que brota de forma mágica durante aqueles 50 minutinhos que o governo nos remunera... Para os desavisados, a aula - qualquer que seja a matéria - prescinde de preparação, planejamento, pesquisa, suor... E quem já teve a experiência da sala de aula está de prova: não é fácil; dá um baita trabalho. E, depois que se coloca o planejamento da aula em prática, frente à realidade escolar propriamente dita, é fundamental que se avalie o que deu e o que não deu certo e o que dá para fazer para melhorar (esta é a avaliação necessária à prática docente). Pois bem, deixo bem claro: nós, professores, NÃO somos remunerados para prepararmos nossas aulas. Não é estranho que um governo que se diz a favor de uma educação de qualidade coloque-se contra a "Lei Nacional do Piso Salarial para Professor" que prevê um terço da jornada de trabalho exclusivamente para a preparação/avaliação das aulas?
5. "A greve é política" - diz o governo para sugerir que a mobilização do professorado é eleitoreira.
Mal sabem estes desinformados (ou assumidamente manipuladores mesmo) que a palavra política não é sinônimo de "eleitoreiro" ou de "partidário". No mínimo deveriam ler o poema do Berthold Brecht intitulado "O analfabeto político" bem como a Constituição Federal quando aborda os direitos coletivos e os princípios fundamentais.
Como entendemos que a política é a área da sociedade que diz respeito ao bem comum, à coletividade e suas formas de organização, temos PLENA consciência de que nossa mobilização é, sim, POLÍTICA e com muito orgulho, pois temos o interesse de modificar de forma coletiva (e para a coletividade) a maneira como a educação é tratada neste país.
Isto tudo não quer dizer que não haja grupos dentro do sindicato com interesses eleitoreiros. Seria tolice ou má fé da minha parte se não tocasse neste assunto. Há um grupo majoritário da direção da Apeoesp ligado ao PT e, para a minha vergonha, por interesses partidários, se omitem em relação a aspectos importantes da política educacional aplicada pelo governo federal. Este assunto pode render um longo (e importante) debate mas este é só um "pequeno" comentário... por enquanto.
6. "Apenas 1% dos professores estão em greve".
O governo papagaia isso para todos os lados e os seus capachos das grandes empresas de comunicação repetem logo em seguida, ainda acrescentando opiniões de seus "especialistas" (que, em sua grande maioria, estudaram apenas em escolas particulares) estabelecendo dogmas e veredictos.
Coloquei, aqui no blog, uma das fotos da manifestação que fizemos na última sexta-feira (12/03/2010) da avenida Paulista, passando pela Rua da Consolação até a Praça da República. Quem não teve paciência de ler o que esxcrevi antes, pelo menos olhe a foto e tire as próprias conclusões. Tinha apenas 1% de 220.000 professores lá? Confiram.
Quem puder repassar para os colegas, conhecidos, amigos, etc... e, claro, são sempre bem vindas as respostas, críticas, opiniões contrárias e afins, pois enriquecem sempre qualquer debate (feito de almas, mentes e corações abertos).
Mais informações/imagens:
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2010/03/467155.shtml (centro de mídia independente)
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2010/03/467170.shtml (centro de mídia independente)
http://assprofessores.blogspot.com/ (alternativa sindical socialista)
O discurso predominante de tais mídias é de que os docentes reivindicam APENAS "aumento" salarial e que são contra as avaliações propostas pelo governo - o qual, por sua vez, alega que quaisquer reajustes comprometeriam as finanças do Estado e, ademais, não haveria justificativa para uma greve pois o governo já elaborou uma política salarial. Ah, sim, e tem mais: o governo alega que a greve é "política" e que só "1% do professorado está em greve".
Diante de tantas mentiras, deturpações e omissões de dados, gostaria de expor alguns pontos cruciais da mobilização do professorado:
1. Estamos em greve, primeiramente, porque não há outra ferramenta que possibilite DIÁLOGO/NEGOCIAÇÃO com o governo sobre as nossas condições de trabalho;
2. Sim, reivindicamos REAJUSTE SALARIAL. Como todo trabalhador/a sabe, o salário perde o seu poder de compra a cada ano devido à inflação. Então, se não há um reajuste adequado para repor essa perda, o salário vai diminuindo, diminuindo, diminuindo.... (lembremos o caso dos trabalhadores aposentados).
3. A maioria do professorado não é contra avaliação exatamente, mas é contra ESTE modelo de avaliação que há tempos tem sido aplicado em nosso Estado. Modelo este que apenas mede, classifica, estabelece ranking, premia, pune e que não fornece dados para fundamentar ações e práticas que transformem a realidade educacional para melhor. O SARESP, que é o Sistema de Avaliação da Educação do Estado de São Paulo, existe desde 1996 e, a despeito dos gastos com sua elaboração, com o marketing e funcionários para aplicá-lo, resultou em um número ínfimo de ações de impacto na rede estadual de ensino. Se algum de vocês quiser, posso apresentar alguns pontos interessantes sobre o saresp baseados na minha experiência pessoal como aluno (1996, 1997 e 1998) e como professor (2008,2009) - mas fica para outra postagem.
4. Lutamos por respeito e dignidade para os profissionais de educação.
O governo e os meios de comunicação (em geral) acusam o professorado de negligência, incompetência e corporativismo. O governo estadual divulga propagandas mentirosas nas rádios e TVs, dizendo que a educação melhorou: alguns professores ganharam bônus, outros poderão ganhar reajuste salarial se provarem que são competentes, as escolas receberam computadores, as crianças ganharam material didático de qualidade, há dois professores em sala de aula, as escolas agora dispõe de merenda de qualidade e por aí vai... Com exceção da merenda, que teve uma leve melhora, o restante é DETURPAÇÃO da realidade.
As salas de informáticas foram instaladas em algumas escolas e, dentre estas, há pouquíssimos computadores (média de 3 crianças para cada equipamento na minha escola, por exemplo) e acesso à internet lento ao extremo. Também não foram contratados os técnicos (ou monitores) para as salas de informática como foi divulgado pelo governo nesses últimos anos.
Sobre o bônus: os critérios para recebê-lo são duvidosos, as unidades escolares não tem exatamente as mesmas condições de infra-estrutura nem corpo docente fixo (graças ao governo do Estado, com os seus concursos "tão frequentes", cerca de 48% dos professores da rede de ensino são temporários). Logo, mesmo que todos nós concordássemos com a idéia de competição no ensino público, constataríamos o óbvio: nem todos os “competidores” estão em condições de igualdade na “largada”. Se pudéssemos comparar essa canalhice de competição na educação pública a uma corrida, algumas escolas e docentes teriam uma ferrari à disposição enquanto outras nem mesmo um fusquinha ano 71. Dá para imaginar infinitas analogias quanto a este assunto...
Sobre o programa "avaliação pelo mérito": até 20% dos professores que atingirem a nota mínima na prova poderão ter reajuste salarial de 25% sobre o salário atual, a depender das "disponibilidades orçamentárias". E os demais 80% (ou 99,999%) e aposentados? Que se lasquem?
As políticas do governo seguem um claro pressuposto de que a maior parte da categoria é burra, mal formada, preguiçosa e que o estímulo à competição recompensará os (poucos, na opinião deles) bons professores atuais e atrairá outros melhores profissionais (que atualmente não estão na rede) para a carreira do magistério.
Evidentemente, há profissionais não tão bem formados na área de educação - o que é resultado de uma combinação entre falta de programas de formação em serviço e também da expansão descarada e desavergonhada de faculdades particulares sem critérios de qualidade, que, diga-se de passagem, foi obra da gestão FHC/Paulo Renato (este último foi ministro da educação na época do FHC e desde o ano passado é secretário de educação de SP). No entanto, a formação pouco sólida de alguns docentes, não é fato diverso do que ocorre com outros profissionais com formação em nível superior: médicos, enfermeiros, economistas,etc. Sendo assim, porque apenas os docentes necessitam fazer prova para "concorrer" a um POSSÍVEL reajuste salarial?
Outro ponto importante de se frisar é de que o trabalho docente, sendo essencialmente ligado ao campo da pesquisa e do trabalho intelectual, necessita de preparação e estudo constante. O trabalho de um professor não se restringe à chamada "hora-aula". A aula não é algo que brota de forma mágica durante aqueles 50 minutinhos que o governo nos remunera... Para os desavisados, a aula - qualquer que seja a matéria - prescinde de preparação, planejamento, pesquisa, suor... E quem já teve a experiência da sala de aula está de prova: não é fácil; dá um baita trabalho. E, depois que se coloca o planejamento da aula em prática, frente à realidade escolar propriamente dita, é fundamental que se avalie o que deu e o que não deu certo e o que dá para fazer para melhorar (esta é a avaliação necessária à prática docente). Pois bem, deixo bem claro: nós, professores, NÃO somos remunerados para prepararmos nossas aulas. Não é estranho que um governo que se diz a favor de uma educação de qualidade coloque-se contra a "Lei Nacional do Piso Salarial para Professor" que prevê um terço da jornada de trabalho exclusivamente para a preparação/avaliação das aulas?
5. "A greve é política" - diz o governo para sugerir que a mobilização do professorado é eleitoreira.
Mal sabem estes desinformados (ou assumidamente manipuladores mesmo) que a palavra política não é sinônimo de "eleitoreiro" ou de "partidário". No mínimo deveriam ler o poema do Berthold Brecht intitulado "O analfabeto político" bem como a Constituição Federal quando aborda os direitos coletivos e os princípios fundamentais.
Como entendemos que a política é a área da sociedade que diz respeito ao bem comum, à coletividade e suas formas de organização, temos PLENA consciência de que nossa mobilização é, sim, POLÍTICA e com muito orgulho, pois temos o interesse de modificar de forma coletiva (e para a coletividade) a maneira como a educação é tratada neste país.
Isto tudo não quer dizer que não haja grupos dentro do sindicato com interesses eleitoreiros. Seria tolice ou má fé da minha parte se não tocasse neste assunto. Há um grupo majoritário da direção da Apeoesp ligado ao PT e, para a minha vergonha, por interesses partidários, se omitem em relação a aspectos importantes da política educacional aplicada pelo governo federal. Este assunto pode render um longo (e importante) debate mas este é só um "pequeno" comentário... por enquanto.
6. "Apenas 1% dos professores estão em greve".
O governo papagaia isso para todos os lados e os seus capachos das grandes empresas de comunicação repetem logo em seguida, ainda acrescentando opiniões de seus "especialistas" (que, em sua grande maioria, estudaram apenas em escolas particulares) estabelecendo dogmas e veredictos.
Coloquei, aqui no blog, uma das fotos da manifestação que fizemos na última sexta-feira (12/03/2010) da avenida Paulista, passando pela Rua da Consolação até a Praça da República. Quem não teve paciência de ler o que esxcrevi antes, pelo menos olhe a foto e tire as próprias conclusões. Tinha apenas 1% de 220.000 professores lá? Confiram.
Quem puder repassar para os colegas, conhecidos, amigos, etc... e, claro, são sempre bem vindas as respostas, críticas, opiniões contrárias e afins, pois enriquecem sempre qualquer debate (feito de almas, mentes e corações abertos).
Mais informações/imagens:
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2010/03/467155.shtml (centro de mídia independente)
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